"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

A Amizade (Parte 04/07)


A amizade é algo humano

Independente de qual dos dois autores você tenha escolhido, para continuar é preciso posicionar-se em relação aos problemas que Aristóteles nos apresenta, após afirmar que em ambos os casos, Heráclito e Empédocles, a amizade é examinada como um problema físico e que deve ser analisada como “(...) problemas relativos ao homem, pertinentes ao caráter e aos sentimentos”. (ARISTÓTELES, 2001, p. 154)
Para responder aos questionamentos que havia levantado, Aristóteles começa por afirmar que há várias espécies de amizade e “(...) a questão das várias espécies de amizades talvez possa ser esclarecida se antes chegarmos a conhecer o objeto do amor.” (ARISTÓTELES, 2001, p. 154)
“Parece que nem todas as coisas são amadas, mas somente aquelas que merecem ser amadas e estas são o que é bom, ou agradável, ou útil”. (ARISTÓTELES, 2001, p. 154)
Aristóteles afirma a existência de várias espécies de amizades e admite que as mesmas estejam relacionadas aos objetos de amor, ou seja, de que amamos o que é bom, ou agradável ou útil e, portanto a amizade vai estar relacionada a isto.
É preciso esclarecer que Aristóteles concebe o homem como algo que realmente é – Ato; e algo que tende a ser – Potência. Então, o homem por meio de seus atos poderá ou não realizar o que é em potência. Isto irá ocorrer em busca de sua finalidade – a felicidade. Para isso, o homem dispõe da razão que lhe serve como guia, orientadora de suas ações. Por meio da razão o homem irá construir, desenvolver hábitos e formas de agir a partir da excelência moral, a virtude, que o possibilitará fazer as escolhas equilibradas para suas ações e emoções, ou seja, buscar a harmonia.
Quando Aristóteles fala da amizade, e que a amizade perfeita é a que se dá entre pessoas boas, é preciso saber que, para Aristóteles, as pessoas não são boas em si mesmas, mas o bem e a bondade estão em potência nas pessoas, que poderão a partir de suas escolhas, atingirem ou não.
Aristóteles pressupõe a existência da amizade entre os diversos tipos de pessoas e diz que demonstra o que seja uma pessoa boa ou má é a excelência moral de suas ações. “A amizade perfeita é a existente entre as pessoas boas e semelhantes em termos de excelência moral”. (ARISTÓTELES, 2001, p. 156)

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