Apolo
Figura complexa e enigmática, que transmitia aos homens os segredos da vida e da morte, Apolo foi o deus mais venerado no panteão grego depois de Zeus, o pai dos céus. Os santuários dedicados a essa divindade, sobre cuja origem - oriental ou indo-européia - existem dúvidas, se estendiam por todo o Mundo Helênico; a ele era consagrado o templo de Delfos, o de maior importância na Grécia, mencionado já na Ilíada. Nesse santuário, centro do culto "Apolíneo", a Pítia, ou Pitonisa, aspirava os vapores que saíam de uma fenda na terra e, em profundo êxtase, pronunciava o oráculo sob a influência do deus. Apolo e sua irmã gêmea Ártemis (identificada pelos romanos com Diana) eram filhos de Zeus e Leto, da estirpe dos Titãs. Segundo a lenda, os dois nasceram na ilha de Delos, outro dos lugares importantes de seu culto, onde Leto se havia refugiado, perseguida pelo implacável ciúme de Hera, esposa de Zeus. Apolo, com um ano de idade e armado de arco e flechas, perseguiu a serpente Píton, também inimiga de sua mãe, até o lugar sagrado de Delfos, e ali a matou. Zeus recriminou o filho pela profanação do santuário e, em memória da serpente, instituiu os Jogos Píticos. O poder de Apolo se exercia em todos os âmbitos da natureza e do homem. Por isso, suas inovações eram múltiplas e variadas. Além de ser por excelência o deus dos oráculos e fundador de importantes cidades, sua proteção - e sua temível ira - abarcava desde a agricultura e o gado até a juventude e seus exercícios de ginástica, assim como os marinheiros e navegantes. Tinha poder sobre a morte, tanto para enviá-la como para afastá-la, e Asclépio (o Esculápio Romano), o deus da medicina, era seu filho. Considerado também o "Condutor das Musas", tornou-se deus da música por ter vencido o deus Pã em um torneio musical. Seu instrumento era a lira. A identificação de Apolo com o Sol - daí ser chamado também Febo (brilhante) - e o ciclo das estações do ano constituía, no entanto, sua mais importante caracterização no mundo helênico. Apolo, que durante o inverno vivia com os hiperbóreos, mítico povo do norte, regressava a Delos e Delfos a cada primavera, para presidir às festas que, durante o verão, eram celebradas em sua honra. O culto de Apolo também teve grande amplitude em Roma. As numerosas representações que dele fizeram artistas de todos os tempos, tanto na antiguidade Greco-Romana como nos períodos Renascentista e Barroco, mostraram-no como um deus de beleza perfeita, símbolo da harmonia entre corpo e espírito.
Outro texto sobre Apolo nesse blog - clique aqui
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