"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

Perséfone


Os antigos ritos misteriosos celebrados em Elêusis, localidade da Ática, tinham no mito grego de Perséfone seu principal motivo simbólico. Perséfone era filha de Zeus, senhor dos deuses, e de Deméter, deusa da agricultura. Ainda era uma jovem donzela - em grego, koré, o que explica o fato de também ser chamada de Cora - quando foi raptada por Hades, o senhor dos mortos, que a levou para seu reino subterrâneo e a fez sua esposa. Ao saber do rapto, Deméter ficou desesperada e descuidou-se de suas tarefas: as terras tornaram-se estéreis e houve grande escassez de alimentos. Zeus ordenou a Hades que devolvesse Perséfone, mas como esta comera uma semente de romã no mundo subterrâneo não podia ficar inteiramente livre. Estabeleceu-se então um acordo: Perséfone passaria um terço do ano com Hades. Os quatro meses ao ano que Perséfone permanece no mundo subterrâneo correspondem à aparência árida dos campos gregos no verão, antes que reverdeçam com as chuvas de outono. O mito simbolizava o ciclo anual da colheita. Deméter representava a terra cultivável, de que nascia Perséfone, a semente que brota periodicamente. O amor de Perséfone por Adônis, relatado em outra lenda, achava-se igualmente vinculado aos rituais agrícolas. Na mitologia romana, a deusa foi identificada com Prosérpina. O rapto de Perséfone foi celebrado por poetas como Ovídio e também serviu de tema para diversos pintores do Renascimento.

0 Response to "Perséfone"