A Coluna Prestes (1925-1927)
Em 1924, o movimento tenentista ganhou força com os vários levantes organizados contra a hegemonia política das oligarquias. No estado de São Paulo a mobilização dos militares ganhou enorme força chegando até mesmo a obrigar a fuga de milhares de pessoas da capital. Paralelamente, outras revoltas de menor porte aconteceram no Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Pará, Amazonas e Sergipe. Contudo, a superioridade das tropas oficiais conseguiu contrapor-se à manifestação desse militares.
No caso da revolta paulista, os militares participantes resolveram sair do estado empreendendo novos focos de resistência estabelecidos nas cidades paranaenses de Guairá, Foz do Iguaçu e Catanduvas. Nesse meio tempo, Juarez Távora e João Alberto, participantes da resistência paulista, partiram para o Rio Grande do Sul com o intuito de auxiliar nos preparativos de uma nova revolta militar a ser consumada no 1º Batalhão Ferroviário, na cidade de Santo Ângelo.
Um dos principais líderes locais dessa nova revolta tenentista foi Luis Carlos Prestes, que, com o auxílio de seus comandados, partiu com destino à Foz do Iguaçu. Essa primeira ação tinha como objetivo engrossar as fileiras da coluna paulista, que se encontrava na mesma região. No mês de abril de 1925, os militares gaúchos concluíram seu plano após sofrer várias perdas nos confortos com as tropas oficiais. A partir de então, estaria formada a chamada Coluna Prestes.
Entre suas primeiras ações, a nova coluna decidiu organizar um destacamento comandado por Isidoro Dias Lopes, que iria para a Argentina liderar os militares sulistas. Enquanto isso, os remanescentes da Coluna Prestes concluíram a travessia do rio Paraná e seguiram para o Mato Grosso passando pelo território paraguaio. Depois disso, passaram por Goiás, Minas Gerais e retornaram para o território goiano. No final daquele ano, partiram para a região nordeste passando pelo Maranhão, Piauí e Ceará.
No ano seguinte, os participantes da Coluna partiram mais uma vez para a região sul do país atravessando o Rio Grande do Norte e a Paraíba, estado onde travaram um violento conflito contra o padre Aristides Ferreira da Cruz. Dando prosseguimento aos seus planos, os revoltosos atravessaram os territórios pernambucano e baiano, até atingirem a região norte de Minas Gerais. Chegando lá, a Coluna Prestes sofreu uma violenta perseguição que obrigou os militares a retornarem à região Nordeste.
A coluna partiu para a Bahia, chegou ao Piauí e retornou à região Centro-Oeste até chegar ao Mato Grosso, em outubro de 1926. Nesse momento, os líderes da coluna tinham como opção lutar até o fim ou partir para o exílio. No ano seguinte, parte da coluna atravessou a região do Pantanal e exilou-se no Paraguai. Os demais participantes, já desgastados com a perseguição governamental, decidiram encerrar sua luta revolucionária com o exílio na Bolívia.
Durante os três meses que percorreram por vários estados brasileiros, os membros da Coluna Prestes andaram mais de 25.000 quilômetros. No período em que atravessou várias cidades do país, tentou mobilizar as populações locais a se voltarem contra a opressão política das oligarquias. No entanto, a ausência de um projeto político mais claro impossibilitou a formação de um movimento suficientemente forte para derrubar as autoridades estabelecidas.
Luis Carlos Prestes saiu conhecido do conflito como o “cavaleiro da esperança” e, tempos depois, mudou-se para a Argentina. Nessa época, consolidou uma orientação política mais bem definida ao filiar-se ao Partido Comunista Brasileiro. Pouco tempo depois, com a agitação que marcou a Revolução de 1930, parte dos tenentes que integraram a coluna concederam apoio ao governo capitaneado por Getúlio Dornelles Vargas.
Texto produzido por Rainer Sousa. Fonte: Portal MundoEducação.
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