"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

Urano


Na mitologia grega, a figura imponente de Urano, personificação do céu, encarnava o impulso fecundante primário da natureza. Urano é o deus do firmamento na mitologia grega. Segundo a Teogonia, de Hesíodo, Urano foi gerado por Gaia (a Terra), nascida do Caos original e mãe também das Montanhas e do Mar. Da posterior união de Gaia com Urano, nasceram os Titãs, os Ciclopes e os Hecatonquiros. Por odiar os filhos, Urano encerrava-os no corpo de Gaia, que lhes pediu que a vingassem. Só Cronos, um dos Titãs, lhe atendeu. Com uma harpe (cimitarra), castrou Urano quando este se uniu a Gaia. Das gotas de sangue que caíram sobre ela nasceram as Erínias, os Gigantes e as Melíades (ninfas dos freixos). Os testículos decepados flutuaram no mar e formaram uma espuma branca, de que nasceu Afrodite, a deusa do amor. Com seu ato, Cronos separara o céu da Terra e permitira que o mundo adquirisse uma forma ordenada. Na Grécia clássica não havia culto a Urano. Este fato, aliado a outros elementos da narrativa, sugere uma origem pré-grega. O uso da harpe indica fonte oriental e a história apresenta semelhança com o mito hitita de Kumarbi. Em Roma, Urano foi identificado com o deus Céu.

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