A preocupação com o conhecimento: princípios gerais
Com os filósofos gregos,
estabeleceram-se alguns princípios gerais do conhecimento verdadeiro:
● as fontes e as formas do
conhecimento: sensação, percepção, imaginação, memória, linguagem, raciocínio e
intuição intelectual;
● a distinção entre o
conhecimento sensível e o conhecimento intelectual;
● o papel da linguagem no
conhecimento;
● a diferença entre opinião e
saber;
● a definição dos princípios do
pensamento verdadeiro (identidade, não-contradição, terceiro excluído,
causalidade), da forma do conhecimento verdadeiro (ideias, conceitos e juízos)
e dos procedimentos para alcançar o conhecimento verdadeiro (indução, dedução,
intuição);
● a distinção dos campos do
conhecimento verdadeiro, sistematizados por Aristóteles em três ramos: teorético
(referente aos seres que apenas podemos contemplar ou observar, sem agir sobre
eles ou neles interferir), prático (referente às ações humanas: ética,
política e economia) e técnico (referente à fabricação e ao trabalho
humano, que pode interferir no curso da Natureza, criar instrumentos ou
artefatos: medicina, artesanato, arquitetura, poesia, retórica, etc.).
Para os gregos, a realidade é a
Natureza e dela fazem parte os humanos e as instituições humanas. Por sua
participação na Natureza, os humanos podem conhecê-la, pois são feitos dos
mesmos elementos que ela e participam da mesma inteligência que a habita e
dirige.
O poeta alemão Goethe criou
estes versos, que exprimem como os antigos concebiam o conhecimento:
Se os olhos não fossem solares
Jamais o Sol nós veríamos;
Se em nós não estivesse a
própria força divina,
Como o divino sentiríamos?
O intelecto humano conhece a
inteligibilidade do mundo, alcança a racionalidade do real e pode pensar a
realidade porque nós e ela somos feitos da mesma maneira, com os mesmos
elementos e com a mesma inteligência.
Fonte: CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ed.
Ática, 2000.
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