Sócrates e os sofistas: a preocupação com o conhecimento
Protágoras
Preocupações como essas levaram,
na Grécia clássica, a duas atitudes filosóficas: a dos sofistas e a de Sócrates
– com eles, os problemas do conhecimento tornaram-se centrais.
Os sofistas, diante da
pluralidade e do antagonismo das filosofias anteriores, ou dos conflitos entre
as várias ontologias, concluíram que não podemos conhecer o Ser, mas só
podemos ter opiniões subjetivas sobre a realidade.
Por isso, para se relacionarem
com o mundo e com os outros humanos, os homens devem valer-se de um outro
instrumento – a linguagem – para persuadir os outros de suas próprias idéias e
opiniões. A verdade é uma questão de opinião e de persuasão, e a linguagem é
mais importante do que a percepção e o pensamento.
Em contrapartida, Sócrates,
distanciando-se dos primeiros filósofos e opondo-se aos sofistas, afirmava que
a verdade pode ser conhecida, mas primeiro devemos afastar as ilusões dos
sentidos e as das palavras ou das opiniões e alcançar a verdade apenas pelo
pensamento. Os sentidos nos dão as aparências das coisas e as palavras, meras
opiniões sobre elas. Conhecer é passar da aparência à essência, da opinião ao
conceito, do ponto de vista individual à ideia universal de cada um dos seres e
de cada um dos valores da vida moral e política.
Fonte: CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ed.
Ática, 2000.
0 Response to "Sócrates e os sofistas: a preocupação com o conhecimento"
Postar um comentário