"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

Formação do operariado brasileiro

Registro fotográfico dos protestos que tomaram conta das ruas de São Paulo em 1917

Na segunda metade do século XIX, funcionários da construção civil, portuários, ferroviários, gráficos e empregados da iluminação tornaram-se o grupo assalariado mais numeroso do Brasil. Os setores de serviço e comércio mantiveram-se na liderança até perto de 1920. A indústria cresceu lentamente, o que manteve reduzido o número de empregados no setor.


No final do século XIX, a indústria ainda exigia poucos trabalhadores qualificados. Para desenvolver uma mão-de-obra especializada para a produção industrial, foram surgindo escolas técnicas, como o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, fundado em 1873, com cursos gratuitos.

A luta por melhores condições

As exigências ao operariado não tinham limites: a jornada de trabalho passava de 12 horas diárias; a convocação noturna valia para todos; crianças eram empregadas sem critérios e com salários menores. A proporção de imigrantes nas fábricas era muito alta e a influência das idéias socialistas e anarco-sindicalistas trazidas da Europa contribuíam para a organização de movimentos em defesa de salários mais altos e melhores condições de trabalho.

Primeiras manifestações

Apesar de em pequena escala, greves pipocaram pelo país desde 1889, conseguindo alguns resultados localizados. Em 1912, surgem em todo o país movimentos de protesto contra a alta do custo de vida e os baixos salários. No ano seguinte, um comício no Largo São Francisco, em São Paulo, reuniu 10 mil pessoas.

A greve de 1917

A crise operária culminou com uma greve que parou São Paulo e se alastrou pelo país, em 1917. Cerca de 70 mil trabalhadores cruzaram os braços em todo o país. Eles reivindicavam proibição para o trabalho de menores de 14 anos, fim da jornada noturna de mulheres e menores de 18 anos, exigiam oito horas de trabalho diário, congelamento do preço dos alimentos e aumento salarial. O governo reprimiu todas as iniciativas e, até 1922, fechou 50 organizações operárias, prendeu 657 trabalhadores em greve, deportou 31 líderes e expulsou 128 ativistas do território nacional.

Fonte: Portal Klick Educação

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