"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

Sócrates


Primeiro dos grandes filósofos gregos da antiguidade, Sócrates estabeleceu um sistema de idéias sobre o relacionamento do homem com o mundo narutal que tem influenciado o pensamento intelectual e espiritual do Ocidente por mais de 2 mil anos.

Nascido em Atenas, Sócrates (cerca de 470 a.C. – 399 a.C.) serviu como hoplita (soldado da infantaria com armas pesadas) em três importantes campanhas durante a Guerra do Peloponeso, entre Atenas e Esparta.

Trabalhou por um tempo como escultor antes de se tornar filósofo. Embora não chamasse a si mesmo de professor, as pessoas se juntavam à sua volta para discutir idéias. O que surgiu de sua prática não-oficial é conhecido até hoje como o ”método socrático”, em que um professor e seus alunos analisam e examinam uma idéia sob todos os ângulos possíveis em busca da verdade. Numa situação ideal, o professor socrático não pressupõe que sua sabedoria é maior que a dos alunos; todos se engajam em um esforço colaborativo para chegar à verdade.

Sócrates acreditava que os seres humanos existiam por um motivo e que o certo e o errado tinham um papel crucial na definição dos relacionamentos de uma pessoa no mundo. Também enfatizou que a virtude decorria do autoconhecimento. Sentia que as pessoas eram basicamente honestas e que o mal era uma tentativa mal-direcionada de melhorar a própria condição.

Muitos dos alunos de Sócrates se distinguiram na filosofia e ciência. Euclides, Antístenes, Aristipo e o grande filósofo Platão se iniciaram intelectualmente na ”escola” não-oficial de Sócrates, que geralmente acontecia no mercado ao ar livre de Atenas. Nenhum dos escritos de Sócrates chegou até nós. Portanto, muito do que sabemos sobre seus pensamentos vem dos escritos de Platão e do soldado ateniense Xenofonte.

A crença de Sócrates em uma força única e unificada por trás do mundo natural contradizia a fé grega em um panteão de deuses. Em 399 a.C., essa contradição o levou à prisão e ao julgamento sob a acusação de corromper a juventude de Atenas. Sócrates se recusou a fazer uma defesa direta para a sua conduta. Alegou, ao invés disso, que sua voz interior sempre o guiava na busca pela verdade. Como então, poderia ele questionar sua própria motivação ?

Sócrates foi considerado culpado e condenado à morte. Platão e seus outros discípulos o visitaram na prisão e insistiram para que ele repudiasse seus pontos de vista. Sócrates respondeu que tinha sido condenado pela lei ateniense, que acreditava ser o sistema mais justo e humano do mundo. Ele não iria se retratar, nem fugir da cidade.

Em vez disso, Sócrates escolheu beber chá de cicuta, causando sua própria morte. Tornou-se fonte de admiração para muitos atenienses e sua fama se espalhou por todo o mundo antigo. Hoje, é reverenciado por sua busca incansável pela verdade e por sua crença inabalável na lei.

Fonte: Portal A História

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