Abas e a convivência familiar
Abas
era um conquistador de sucesso. Segundo a lenda, teria fundado a cidade de Abas
na região central da atual Grécia,
que abrigava um dos Oráculos de Apolo. Era filho da última das Danaides,
Hipermnestra e Linceu. Com sua esposa
Aglaia, ele foi pai de 4 filhos: Lyrcus, os gêmeos Acrisius e de Proetus ou
Preto, e a filha Idomene. Assim ele fundou uma linhagem e os reis de Argos
passaram a ser chamados de Abantidas.
Abas
legou seu reino para os filhos gêmeos Acrisius e Proetus, ordenando-lhes que
deveriam governar alternadamente. Porém
os gêmeos já brigavam ainda quando dividiam o ventre de sua mãe. Mais uma vez
se repetiria a mesma saga que envolveu
seu avô Danaus e Egipto.
Egipto
expulsou Danaus do seu reino com suas 50 filhas. Mas quando Danaus e as suas
filhas, as Danaides, descobriram a fonte de água pura, Egipto propôs a Danaus
casar suas 50 filhas com os seus 50 filhos. Danaus concordou mas aconselhou as filhas a matarem seus esposos na
noite de núpcias. Porém Hipermnestra poupou a vida de Linceu porque o amava. Desta união nasceu Abas.
No
entanto, Egipto matou Danaus e Linceu foi coroado rei de Argos. As 49 Danaides foram condenadas a
encher com água um tonel sem fundos. Quando
Abas informou ao seu pai da morte de seu avô Danaus, ele foi recompensado com o escudo de seu avô que era sagrado para Hera. Abas
foi considerado grande guerreiro e mesmo depois de sua morte, os inimigos de sua família real fugiam perante o seu
escudo.
Acrísius
reinou em Argos e Proetus em Tirinto, ficando a Argólida dividida em dois
reinos. Acrisius teve uma filha, Dânae, e devido à previsão do oráculo de que
seu neto o mataria, ele prendeu a filha numa torre. Dânae teve um filho de
Zeus, quando ele se transformou numa chuva de ouro. Assim nasceu Perseu, o
descendente mais famoso de Abas.
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O mito de Abas está relacionado à
difícil convivência nas famílias e o ódio que nasce nas relações familiares. Os conflitos familiares remontam à antiguidade e
sobrevive ainda nos tempos atuais. Independente da classe social, sejam ricos ou pobres, é frequente as pessoas se
queixarem dos relacionamentos familiares conturbados. Mas por que as relações familiares costumam ser tão
complicadas?
É óbvio que existem várias
explicações teóricas para esses
conflitos, no entanto, para entender as disfunções familiares e a constante
desarmonia em família, é preciso que se entenda sobre a convivência social. Enquanto alguns
membros se dão muito bem, outros vivem em pé-de-guerra, num verdadeiro barril de pólvora.
O grupo familiar é mais do que um
resultado genético (DNA) da união dos pais. A família consanguínea reúne
membros que estão ligados pelos laços de sangue e
obviamente pode existir ou não existir afinidades, como valores morais,
valores, religiosos, crenças, pensamentos e sentimentos. Existem aqueles que se
integram ao núcleo familiar, identificando-se com os outros e criando laços
afetivos. No entanto, existem aqueles que se sentem estranhos no ninho e não
conseguem desenvolver afeição pela família.
Fala-se muito em crise de
desintegração da família. Há quem atribua isto ao grande número de separações e
divórcios. Outros querem responsabilizar os meios de
comunicação, pela divulgação sem censura de uma certa liberalização das relações sexuais etc, etc. De fato, estamos vivendo
um processo histórico importante de transformação, onde a quebra da ideologia
patriarcal impulsionada pela revolução feminista são os elementos
determinantes. Mas não se pode falar em desagregação.
É irrefutável a premissa de que a
família é, foi e será sempre a célula básica da sociedade. É a partir daí que
torna-se possível estabelecer todas as outras relações
sociais. Quem não consegue estabelecer uma relação social sadia com os seus familiares, tampouco com terceiros fora no
núcleo é que não conseguirá. É na família que se aprende a negociar, fazer
acordos, buscar entendimento e saber compartilhar.
As mudanças são mesmo difíceis.
Admiti-las significa repensar modelos, paradigmas e abrir mão de determinados
poderes instituídos. Devemos nos acautelar e desconfiar sempre daqueles
resistentes às mudanças, que se posicionam como os guardiões de uma moralidade.
Segundo a psicanálise, quanto mais moralizador mais pervertido é o sujeito...
Fonte: Portal Eventos Mitologia Grega
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