É FOGO (Parte 02/04)
Eficiência na combustão também quer dizer menos subprodutos poluentes — ou seja, queimar direito é uma questão de saúde pública. Outra linha de pesquisa importante diz respeito ao combate e, se possível, à prevenção de incêndios. Já se sabe que é vital o tamanho das gotas de água em um sistema automático anti-fogo. Gotas pequenas demais podem não chegar ao combustível, pois as labaredas e as correntes de ar que elas criam tendem a vaporizá-las e afastá-las. Mas, combinando essas gotículas com outras maiores que cheguem à base do fogo, tem-se uma boa solução para incêndios em salas fechadas. As gotas maiores atacam as chamas e as menores ajudam a esfriar o ambiente.
Para haver combustão três coisas são necessárias: um combustível, um oxidante e uma fonte de ignição para começar a reação. Mas isto é apenas o começo da história. O primeiro problema é que o mundo não é perfeito: a natureza teima em se comportar de maneira extravagante, e como os cientistas não podem brigar com os fatos precisam tentar desvendá-los do jeito que são. Tome-se um gás combustível como o metano, com um átomo de carbono e quatro de hidrogênio em cada molécula. Em uma reação de combustível, ideal, cada uma dessas moléculas se combinaria com duas de oxigênio.
O resultado, também ideal, seria uma molécula de gás carbônico ou dióxido de carbono (o gás dos refrigerantes) e duas de água. Porém, como não é possível promover um encontro perfeito entre todos os reagentes, os resultados podem variar bastante. Com menos oxigênio do que o ideal, por exemplo, forma-se o venenoso monóxido de carbono, expelido pelos carros, ônibus e caminhões, em lugar do dióxido de carbono. Junta-se a essa imperfeição os combustíveis mais usados pelo homem e os resultados podem ser ainda mais desconcertantes. Se nem sempre onde há fogo há fumaça, sempre que há fumaça há fogo — só que a fumaça não deveria estar ali.
Ela é sempre um subproduto extremamente indesejável. Mas é difícil evitá-la, pois a maior parte dos combustíveis é composta de hidrocarbonetos, constituídos por carbono e hidrogênio. E a fuligem consiste em longas cadeias de átomos de carbono, que se recusam a queimar e poluem o ambiente. Fornos, incineradores, motores de combustão interna carros, aviões e navios também lançam ao ambiente óxidos de nitrogênio. Por sua vez, o óleo combustível queimado nas indústrias costuma conter enxofre — e outro subproduto indesejável é o dióxido de enxofre.
A famosa “chuva ácida” é o resultado dessa poluição. Os ácidos sulfúrico e nítrico caem do céu sobre florestas, montanhas e cidades com graves consequências para a natureza e a vida humana. É por isso que nos Estados Unidos o óleo combustível só pode ter 0,72 por cento de enxofre. No Brasil, porém, óleos com teores entre 5 e 6 por cento são a norma. Os brasileiros também inovam em outro tipo de poluição. Com a queima de álcool de cana como combustível de veículos, uma nova classe de poluentes, os aldeídos, está sendo lançada na atmosfera. E suas consequências ainda não foram suficientemente estudadas.
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