"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

A tradição ocidental


Para Platão, a verdadeira realidade se encontra no mundo das Ideias, lugar da essência imutável de todas as coisas, dos verdadeiros modelos ou arquétipos. Todos os seres, inclusive o homem, são apenas cópias imperfeitas de tais realidades eternas e se aperfeiçoam à medida que se aproximam do modelo ideal. 

Para Aristóteles, o ser é constituído de matéria e forma, e as transformações são explicadas pelo argumento de que todo ser tende a tornar atual a forma que tem em potência. Por exemplo, a semente quando enterrada tende a se transformar no carvalho que era em potência. Transposta essa ideia para o homem, conclui-se que também os seres humanos têm formas em potência a serem atualizadas, ou seja, têm uma natureza essencial que se realiza aos pou­cos, em direção ao pleno desenvolvimento. E, tanto para Platão como para Aristóteles, a plenitude humana coin­cide com o aperfeiçoamento da razão. Até hoje seguem essa tendência os que definem a educação como sendo o desenvolvimento das "potencialidades do indivíduo", o que supõe a aceitação da existência de um modelo abstrato de homem a ser alcançado. Chamamos essencialista ao tipo de pedagogia que coloca como função da educação realizar o que o homem deve vir-a-ser.

Fonte:
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. São Paulo, Moderna, 2000 (edição digital).

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