"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

Filosofia e Método (Parte 02/13)


As Críticas de Aristóteles a Platão

A teoria do conhecimento se caracteriza por uma preocupação com a busca de princípios gerais que permitam formular crenças verdadeiras sobre a realidade. Essa idéia está presente na obra de Platão e é, em larga medida, o que caracteriza também o pensamento de Aristóteles. É com Aristóteles que a filosofia ganha uma consciência mais definida acerca do método a ser adotado quando o assunto é o conhecimento.

Aristóteles contestou Platão porque via problemas em alguns pontos da explicação platônica do conhecimento. Platão tinha chegado numa tese importante: para haver conhecimento da realidade, é preciso encontrar um caminho que dê acesso a idéias que sejam imutáveis, que não sofram transformações decorrentes da interpretação ou do capricho. Aristóteles concorda com isso, mas dirige uma crítica a Platão: para garantir a certeza e validade do conhecimento não é necessário postular uma teoria que duplique o real, isto é, que crie duas dimensões na realidade: o sensível e o inteligível, como fez Platão.

Para entendermos bem a crítica de Aristóteles é necessário demorar-se um pouco mais na teoria platônica que Aristóteles ataca: a chamada “teoria das Formas.” Com efeito, em obras como República e Fédon, Platão defende que o conhecimento só é alcançado quando atingimos a “idéia” ou “conceito” do objeto. Platão utilizava, prioritariamente, o termo “Forma” para referir-se a essa idéia. Por Forma Platão entende um núcleo de características de um determinado objeto ou realidade que mantém seus componentes independentemente dos exemplares destes objetos encontrados no mundo ou na linguagem.

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