Anos 1920 - Arte e Cultura (Parte 06/06)
(Nosso Século - 1910/1930 - Abril Cultural)
À Margem da História da República
Este é título de uma obra coletiva publicada em 1924 pelo Anuário do Brasil. O prefácio é de Vicente Licínio Cardoso, organizador da coletânea e autor de dois artigos nela incluídos. Em 1981, o livro foi reeditado pela Universidade de Brasília em dois volumes.
À margem da história da República representou um esforço para entender o Brasil, para descrever seus problemas e propor rumos para o país. O livro reúne um grupo representativo de intelectuais da época, homens da geração nascida com a República que vivenciou a crise dos anos 1920. Apesar da diversidade de temas e de autores, a obra traz um conjunto de questões comuns. Os ensaios apontam a gravidade da situação do país e propõem uma reação dentro da ordem. Era preciso reformular a sociedade, respeitando as tradições. Como? A sociedade era vista como um organismo, no qual era fundamental o papel do cérebro. Esse lugar era ocupado pela elite cultural e política, e a ela caberia a tarefa de apressar o processo de evolução natural que rege as sociedades. Era a idéia de "civilizar por cima".
As propostas de reorganização da sociedade brasileira incluíam a reforma da Constituição de 1891 e a reforma educacional, entre outros temas. Perpassava a maioria dos artigos uma crítica ao artificialismo político do regime da Primeira República.
A lista dos autores e dos ensaios é a seguinte:
• A. Carneiro Leão, "Os deveres das novas gerações brasileiras";
• Celso Vieira, "Evolução do pensamento republicano no Brasil";
• Gilberto Amado, "Instituições políticas e o meio social no Brasil";
• Jonathas Serrano, "O clero e a República";
• José Antônio Nogueira, "O ideal brasileiro desenvolvido na República";
• Nuno Pinheiro, "Finanças nacionais";
• Oliveira Viana, "O idealismo da Constituição";
• Pontes de Miranda, "Preliminares para a reforma constitucional";
• Ronald de Carvalho, "Bases da nacionalidade brasileira; uma síntese histórica";
• Tasso da Silveira,"A consciência brasileira";
• Tristão de Ataíde, "Política e letras";
• Vicente Licínio Cardoso, "Benjamin Constant, o fundador da República" e "À margem da história da República".
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