"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

A Revolução de 1930 (Parte 04/05)

Getúlio Vargas deixa Porto Alegre para assumir o comando das Forças Revolucionárias, 1930.
Porto Alegre (RS). (CPDOC/OA foto 046/1)

Revolução no Rio Grande do Sul

O movimento político-militar que derrubou a República Velha e levou Getúlio Vargas ao poder teve início no final da tarde do dia 3 de outubro de 1930, em Porto Alegre, quando os revolucionários atacaram simultaneamente as principais unidades militares da cidade. O ataque ao quartel da 3ª Região Militar foi comandado por Oswaldo Aranha, Flores da Cunha e o capitão Agenor Barcelos; o morro do Menino Deus, onde ficava importante depósito de armamentos, foi assaltado por tropas sob o comando de João Alberto; por fim, o 7º Batalhão de Caçadores, unidade que ofereceu maior resistência, ficou a cargo de Alcides Etchegoyen e Góes Monteiro, o chefe militar supremo da revolução.
Na madrugada do dia 4 de outubro, a capital gaúcha já se encontrava inteiramente sob controle dos revolucionários. Vargas divulgou um manifesto conclamando os gaúchos à luta, e em poucos dias mais de 50 mil voluntários se apresentaram. No interior do estado, a resistência legalista também foi muito pequena, restrita a umas poucas guarnições do Exército. Já no dia 5 de outubro todo o estado havia aderido à revolução. Entre os oficiais legalistas presos no Rio Grande do Sul pelos revolucionários encontravam-se o general Gil de Almeida e o coronel Euclides Figueiredo.
Dominada a situação no Rio Grande do Sul, foram formadas colunas que partiram em direção ao norte. Alcides Etchegoyen e João Alberto comandaram um grupo, que se dirigiu ao interior de Santa Catarina e Paraná; uma outra coluna, sob o comando do general Valdomiro Lima, seguiu o mesmo rumo mas logo retornou ao Rio Grande do Sul; Ptolomeu de Assis Brasil comandou o avanço sobre o litoral catarinense com o objetivo de ocupar Florianópolis, onde enfrentou resistência legalista; e um quarto grupo, sob o comando de Miguel Costa, tomou o caminho de São Paulo, por via férrea, não encontrando qualquer obstáculo até a cidade paranaense de Ponta Grossa.
No dia 10 de outubro, um comboio revolucionário, do qual faziam parte Getúlio Vargas e Góes Monteiro, partiu do Rio Grande do Sul em direção à capital federal. Ao chegar a Ponta Grossa, juntaram-se às forças revolucionárias ali estacionadas para planejar o ataque decisivo ao estado de São Paulo, que deveria cair sobre a localidade de Itararé. Porém, um dia antes do ataque, previsto para 25 de outubro, os chefes revolucionários receberam a notícia de que no Rio de Janeiro oficiais de alta patente das Forças Armadas haviam deposto o presidente Washington Luís e formado uma junta de governo. Vargas ordenou, então, que as forças revolucionárias seguissem em direção ao Rio de Janeiro, e aí, no dia 3 de novembro, após negociações encaminhadas por seus representantes, recebeu o poder das mãos da junta militar.

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