A Guerra no Brasil (Parte 02/09)
Argentina. (CPDOC/ OA foto 155/12)
Conferências Interamericanas
O início da consolidação da liderança dos Estados Unidos no hemisfério ocidental, às vésperas da Segunda Guerra Mundial, teve como um de seus pilares o princípio da solidariedade americana contra o inimigo externo. Para fazer valer esse princípio, Washington lançou mão dos ideais pan-americanistas, que apontavam como traços de identidade entre as nações do continente a fé nas instituições republicanas, a aspiração à democracia, a crença na solução pacífica das disputas e a soberania igual dos Estados. Dessa forma foi possível criar um elo de ligação entre regimes políticos tão diversos quanto a democracia norte-americana e algumas ditaduras latino-americanas.
Os ideais do pan-americanismo foram insistentemente repetidos nas diversas conferências interamericanas realizadas ao longo dos anos 30. Na Conferência de Buenos Aires, em 1936, foi estabelecido o princípio de que a ameaça a qualquer nação americana seria considerada uma ameaça ao conjunto das nações do continente. Além disso, foi aprovada a criação de um mecanismo de consulta entre as repúblicas que imprimiria maior rapidez a uma resposta conjunta diante de uma eventual ameaça. A seguir, na Conferência de Lima, em 1938, ampliou-se o sistema de consultas. A I Reunião de Consulta das Repúblicas Americanas foi realizada no Panamá, em 1939. Na ocasião decidiu-se que as Américas manteriam sua neutralidade frente ao conflito europeu. Um ano depois, tendo em vista a ocupação da França e da Holanda pelos alemães, ambos países possuidores de colônias na América Latina, a Conferência de Havana determinou que qualquer tentativa de um Estado não-americano contra a integridade ou inviolabilidade do território, soberania ou independência política de um Estado americano seria tomada como uma agressão a todos os demais. Finalmente, com a entrada dos Estados Unidos na guerra após o ataque japonês a Pearl Harbor, Washington procurou assegurar, na Reunião de Chanceleres do Rio de Janeiro, o rompimento de relações diplomáticas do conjunto das nações do continente com os países do Eixo.
Graças a essa estratégia, aliada a uma política de aproximação cultural com a população latino-americana, o final da Segunda Guerra Mundial testemunharia a consolidação do sistema de poder norte-americano.
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