Período Regencial – Resumo (Parte 04/04)
Rebeliões no período das Regências
Durante o período regencial, diversas rebeliões contestaram a forma autoritária do governo central. As rebeliões foram diferentes quanto aos objetivos propostos. Destacam-se: A Cabanagem, a Revolta dos Malês, a Guerra dos Farrapos, a Balaiada e a Sabinada.
A Cabanagem, Província do Grão-Pará, 1835-1840 Também conhecida como Revolta dos Cabanos, devido à maciça participação de negros, índios e mestiços que trabalhavam na extração de produtos da floresta e moravam em cabanas à beira dos rios.
Motivos do movimento: descontentamento dos fazendeiros e comerciantes da região com a nomeação do presidente da província pelo governo central; situação de miséria em que vivia a população paraense. Lideres: Pedro Vinagre, Eduardo Angelim. Em 1836, Feijó enviou uma poderosa força militar para a região. Os cabanos tiveram que deixar a capital e resistir no interior. A repressão foi violenta, deixando um saldo de 40 mil mortos. A revolta foi sufocada em 1840.
A Revolta dos Malês, Bahia, 1835 Levante de escravos e ex-escravos negros organizado pelos “malês”, como eram conhecidos os africanos de formação muçulmana, que falavam e escreviam em árabe. Planejavam libertar os escravos de Salvador e, posteriormente, do Recôncavo baiano. Queriam melhorar a situação dos negros alforriados, os negros de ganho’. Em menor número e com armamentos de qualidade inferior, foram massacrados pelas tropas do governo.
A Guerra dos Farrapos, Rio Grande do Sul, 1835-1845 Foi a mais longa revolta do Período Regencial. Também chamada de Revolução Farroupilha. Desde o século XVIII, a pecuária era a base da economia do Rio Grande do Sul. No final desse século, teve inicio a produção de charque, com mão-de-obra do escravo negro, para abastecer o mercado interno brasileiro, sendo usado principalmente na alimentação dos escravos. O movimento foi provocado pelo descontentamento dos donos das fazendas de criação, charqueadores e exportadores, com a política do governo imperial, que diminuiu os impostos sobre a importação do charque uruguaio. Os proprietários de terras também eram contra a nomeação do presidente da província pelo governo imperial. A revolução teve duas fases: de início os revolucionários queriam apenas mais autonomia diante do governo. Mais tarde o movimento se tornou separatista, pretendendo transformar o Rio Grande do Sul num país independente. Em 1845, os farroupilhas foram derrotados por Caxias. Pela Paz de Ponche Verde decidiu-se pela reintegração do Rio Grande do Sul ao Brasil, a indenização aos senhores de terras envolvidos no movimento e a libertação dos poucos escravos sobreviventes que participaram da guerra.
A Balaiada, Maranhão, 1838-1840 Revolução de caráter popular, Liderada por Manoel dos Anjos Ferreira, fabricante de balaios (de onde vem o nome do movimento). Outros participantes: Raimundo Gomes e Cosme Bento das Chagas, chefe de um quilombo que reunia aproximadamente 3 mil negros fugitivos. O negro Cosme denominava-se “Tutor e Defensor das Liberdades Bem-te-vis” (bem-te-vis, nome derivado de um jornal que combatia o governo). Um dos motivos foi a crise na economia agrária do Maranhão, porque o algodão, principal riqueza, vinha sofrendo forte concorrência do produzido nos Estados Unidos, mais barato e de melhor qualidade. A repressão foi comandada pelo coronel Luis Alves de Lima e Silva, que, por ter obtido a rendição de muitos rebeldes, recebeu o titulo de Barão de Caxias.
A Sabinada, Bahia, 1837-1838 Movimento liderado pelo médico Francisco Sabino da Rocha Viera, que em seu jornal, Novo Diário da Bahia, criticava o governo dos regentes e o presidente da província, convocando o povo a separar a Bahia de todo o Brasil e organizar uma república com caráter provisório, até a maioridade de D. Pedro de Alcântara. Em 1838, tropas do governo central, com o apoio da aristocracia rural baiana, atacam Salvador. Inúmeras casas foram incendiadas, muitos revoltosos foram queimados vivos e mais de mil pessoas morreram na luta.
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