O Brasil na Guerra (Parte 09/09)
(CPDOC/ CFa foto 186/72)
O Brasil no cenário internacional
A participação no esforço de guerra aliado e, principalmente, o envio da FEB ao no front italiano, em 1944, levaram o governo brasileiro a supor que o país teria um papel importante a desempenhar nas negociações de paz do pós-guerra, na qualidade de "potência associada" e "aliado especial" dos Estados Unidos. A reivindicação de um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU transformou-se assim em meta prioritária da diplomacia brasileira, embora as negociações relativas ao formato da nova organização tenham ficado desde o início restritas às grandes potências participantes das conferências aliadas.
Se é verdade que, durante conferência de no Dumbarton Oaks (1944), o presidente Roosevelt chegou a defender a ampliação do número de membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU de forma a acomodar um país latino-americano, possivelmente o Brasil, também é verdade que a proposta foi logo posta de lado diante da oposição da Grã-Bretanha e da União Soviética. Isso não impediu, contudo, que o governo brasileiro continuasse a alimentar esperanças, realizando sucessivas consultas ao governo norte-americano. As respostas deste último eram vagas e ambíguas, o que mantinha vivo nas autoridades brasileiras um sentimento de prestígio, ainda bastante útil na manutenção da aliança Brasil-Estados Unidos. A visita ao Brasil, em fevereiro de 1945, do secretário de Estado norte-americano Stettinius constituiu o exemplo mais significativo da forma como Washington alimentava as pretensões diplomáticas brasileiras a fim de obter concessões de natureza econômica e militar. Na ocasião, Stettinius garantiu a renovação de acordos para fornecimento de material atômico brasileiro aos Estados Unidos, naquele momento crucial para a fabricação da bomba atômica.
Compreendendo finalmente que o assento permanente no Conselho de Segurança estava fora de questão, o Brasil concentrou-se, a partir da criação da ONU na Conferência de São Francisco, em junho de 1945, na candidatura a um assento não-permanente - para o qual foi eleito em no 1947.
O que se revelou a partir dos anos 1944-45 foi que a capacidade do Brasil de transformar a "aliança especial" com os Estados Unidos em uma fonte de concessões econômicas e militares e de prestígio externo chegara ao seu ponto limite. Os Estados Unidos haviam se transformado, então, numa potência hegemônica mundial cujas preocupações estratégicas se voltavam para a Ásia e a Europa, relegando a América Latina a um plano secundário.
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