"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

O Helenismo (Parte 01/07)

Imperador Alexandre, O Grande, difusor da cultura helenística.

O HELENISMO - (Páginas 144-145.)

É bom rever você, Sofia! Você já viu alguma coisa sobre os filósofos da natureza, Sócrates, Platão e Aristóteles. Com isto você já conhece as bases da filosofia européia. Daqui para a frente vamos nos poupar aqueles envelopinhos brancos com perguntas introdutórias. Suponho que na escola você já tenha lições e provas suficientes.
Vou lhe contar um pouco sobre o longo período que separa Aristóteles, no final do século IV a.C., do começo da Idade Média, por volta de 400 d.C. Note que escrevemos “antes” e “depois de Cristo”, isto porque o cristianismo foi precisamente um dos fatores mais importantes, e também mais misteriosos, deste período.
Aristóteles morreu no ano de 322 a.C., e nesse meio tempo Atenas tinha perdido a sua posição de hegemonia. Isto estava relacionado, entre outras coisas, com as grandes transformações políticas que vieram em decorrência das conquistas de Alexandre Magno (356-323 a.C.).
Alexandre Magno era rei da Macedônia. Aristóteles também era natural da Macedônia e por algum tempo chegou mesmo a ser professor do jovem Alexandre. Foi Alexandre quem conseguiu a derradeira e decisiva vitória sobre os persas. E mais ainda, Sofia: com suas muitas campanhas bélicas, ele uniu o Egito e todo o Oriente, até a Índia, à civilização grega.
Começou então uma era completamente nova na história da humanidade. Surgiu uma comunidade internacional, na qual a cultura e a língua gregas desempenhavam papel preponderante. Este período, que durou cerca de trezentos anos, é freqüentemente chamado de helenismo. Por helenismo entendemos a cultura predominantemente grega vigente nos três grandes reinos helênicos, a Macedônia, a Síria e o Egito.
A partir do ano de 50 a.C., aproximadamente, Roma passou a assumir o predomínio militar. Esta nova grande potência foi conquistando um a um todos os reinos helênicos, e a cultura romana, bem como a língua latina, passaram a predominar da Espanha, no Ocidente, até o extremo da Ásia. Começou então o período romano, por nós também conhecido como o final da Antigüidade. Mas há aqui uma coisa importante que você precisa gravar: antes de os romanos conquistarem o mundo helênico, a própria Roma tinha sido uma província da cultura grega. Não é de estranhar, portanto, que a cultura grega – e a filosofia grega – tenha continuado a desempenhar um papel importante, muito tempo depois de a importância política dos gregos já ter sido esquecida.

Extratos da obra de GAARDER, Jostein.
O Mundo de Sofia. Romance da História da Filosofia.
São Paulo: Cia das Letras, 1996.

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