Dois círculos culturais (Parte 07/08)
O CREDO - (Páginas 179-180.)
Paulo não foi de fundamental importância para o cristianismo apenas por sua função como missionário. Dentro das comunidades cristãs, a sua influência era muito grande. É que as pessoas precisavam muito de uma orientação espiritual.
Uma questão importante dos primeiros anos depois da morte de Jesus era saber se os que não eram judeus precisavam passar pela doutrina judaica antes de se tornarem cristãos. Um grego, por exemplo, teria de observar as leis de Moisés? Para Paulo, isto não era necessário. O cristianismo era mais do que uma seita judaica. Ele se voltava para toda a humanidade através de uma mensagem universal de redenção. A “antiga aliança” entre Deus e Israel fora substituída pela “nova aliança” que Jesus estabelecera entre Deus e todos os homens.
Mas o cristianismo não era a única religião nova daquela época. Vimos que o helenismo era marcado por um sincretismo religioso. Por esta razão, a Igreja precisava definir claramente a doutrina cristã, a fim de estabelecer seus limites em relação às demais religiões e evitar uma cisão dentro da própria igreja cristã. Surgiram assim as primeiras profissões de fé, os primeiros credos. A profissão de fé, ou credo, resume os princípios ou os “dogmas” cristãos mais importantes.
Um desses importantes princípios era o de que Jesus havia sido Deus e homem ao mesmo tempo. Ele não era o “Filho de Deus” apenas por seus atos. Ele era o próprio Deus. Mas ele também era um “homem de verdade”, que compartilhava a vida com os outros homens e que realmente tinha padecido na cruz.
Isto pode parecer um paradoxo. Mas a mensagem da Igreja era precisamente a de que Deus se fez homem. Jesus não era um “semideus” (meio homem e meio deus, portanto). A crença em tais semideuses era bastante difundida nas religiões gregas e helenísticas. A Igreja ensinava que Jesus era “o Deus e o homem plenos”.
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