"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

A Democracia em Questão (Parte 06/14)


A Crítica de Marx ao Liberalismo

Karl Marx (1818-1883), nos seus famosos escritos da juventude argumenta que a sociedade moderna, sob o domínio das forças cegas da religião, da economia e da política, move-se pela roda da fortuna, ao sabor do acaso e não pela intervenção virtuosa, que deveria ser o atributo maior do homem político. Esse processo faz parte da alienação do homem em relação a si mesmo, em relação ao seu trabalho e através dele, bem como em relação à vida política.

Para o jovem Marx, o capitalismo, sendo uma doutrina da defesa dos interesses particulares e do individualismo egoísta, em detrimento dos interesses públicos, será visto como uma constante ameaça à dignidade humana.

O Estado de direito burguês, na medida em que representa apenas os interesses de uma parcela da população, exercendo uma ação policial de controle sobre as demais classes da sociedade, é contra o bem comum, é uma ameaça às liberdades democráticas.

O jovem Marx, dos primeiros escritos, entende que a verdadeira democracia só poderia nascer sobre os escombros desse Estado que não está a serviço do bem comum. Assim, se o individualismo egoísta é o espaço consagrado à fortuna, ao deixar fazer, à mão invisível do mercado, a virtude política proporcionada por uma democracia radical seria seu único antídoto.

Ainda na juventude Marx defenderá que a reintegração do homem a si mesmo se daria através de um processo de superação que implicaria na abolição da propriedade privada e na instalação do comunismo.

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