"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

O cinema e uma nova percepção (Parte 02/09)


Novos Caminhos

Essa relação entre arte e consumo é uma das questões que se discute em Estética, principalmente a partir do século XIX. O desenvolvimento tecnológico ajudou a provocar e questionar a concepção de arte que até o século XIX estava associada à idéia de beleza clássica, isto é, de ordem, simetria, harmonia e proporção, inspirada na imitação e representação da natureza.

A partir do século XX, entretanto, as diversas manifestações artísticas que surgiram, parecem confundir essa noção de beleza e de arte, defendidas pelas academias ou por uma arte restrita a poucos. A criação dessas novas linguagens artísticas também pode ser entendida como uma forma de alerta, ou de fuga, no sentido da busca de novas formas de expressão, diante do desenvolvimento tecnológico e da lógica do consumo, que colocariam em risco as próprias formas tradicionais de arte. A arte, na perspectiva de crítica social e autocrítica, apresenta-se em várias tendências, como nas propostas impressionistas, com suas leves pinceladas e total despreocupação com a nitidez de suas linhas. Volta mais para o volume do que para as formas e, através de estudos sobre a luz, procuravam registrar tonalidades diferentes da luminosidade e os contrastes das sobras. Nos surrealistas, com suas imagens oníricas e fantasiosas, de denúncia à falta de sentido da sociedade contemporânea. Com o dadaísmo, que surgiu como reação à Primeira Guerra e às contradições do sistema capitalista, interrogando a própria legitimidade ou estatuto da arte ao questionar a idéia de estilo e de padrão estético. No futurismo, que procurou dar novas formas visuais às descobertas tecnológicas e ao desenvolvimento da sociedade. Enfim, essas novas linguagens artísticas são alguns dos exemplos desses novos modos de produzir e de pensar a arte. Elas não se limitaram, no entanto, à pintura, mas encontraram eco também na música, na escultura, na literatura, no teatro e no cinema reformulando seus modos de expressão.

Como entender essa multiplicidade de expressões artísticas, esses “ismos” todos que tornam mais complexo o universo das artes? Compreender essa dinâmica das artes contemporâneas é um dos desafios da Estética atualmente.

O cinema é uma dessas novas formas de expressão que possibilitaram uma mudança nas perspectivas da arte contemporânea. A força das imagens, aliada ao som e à idéia de movimento, ampliaram a percepção do mundo contemporâneo.

É importante que se compreenda melhor o fascínio que o cinema desperta e de que forma ele permite ampliar as expectativas e percepções da realidade.

 
O Dadaísmo colocou-se como a anti-arte ou uma arte de vanguarda ao ousar, em suas obras feitas com objetos comuns, de uso cotidiano (ready-made), como por exemplo, Marcel Duchamp, em 1913, com uma roda de bicicleta colocada em cima de um tamborete.

1 Response to "O cinema e uma nova percepção (Parte 02/09)"

  1. Caia says:
    12 de abril de 2011 às 15:55

    Gostei muito deste blog, pois contém informações culturais importante na história da arte.