"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

A universalidade do gosto (Parte 12/14)

O Materialismo Histórico e a Arte Interessada

Foi Kant quem nos deixou a possibilidade, por meio da experiência estética, desinteressada e sem conceitos, de nos relacionarmos universalmente com a beleza. O belo ganhou aí sua autonomia. Não precisa estar associado a nenhum conceito, idéias, teorias, nem deve estar relacionado a nenhuma finalidade ou valor fora de si mesmo.

Num outro ponto dessa discussão se encontra a proposta inspirada no materialismo histórico, enraizado na teoria marxista sobre a sociedade, história e filosofia. Para alguns teóricos marxistas, a arte deve ser um meio para a superação das diferenças sociais e do sistema capitalista. Defende-se por esse caminho a idéia da arte militante, da arte como forma de conscientização política, como uma forma de luta social.

Para o Materialismo Histórico, que surgiu em meados do século XIX, fundado por Karl Marx (1818 -1883) e Friedrich Engels (1820-1895), o ser humano é determinado social e historicamente. Isso quer dizer que não se pode pensar o homem fora de seu contexto histórico e social. O homem está limitado a esse contexto pelos problemas, interesses, dificuldades, evolução tecnológica, ou seja, determinado pelas condições materiais de seu tempo e pelas condições sociais em que vive. O ser humano se desenvolve e evolui a partir das suas condições de vida, de trabalho, de produção material. E é a partir de suas necessidades materiais que as transformações sociais acontecem. Não é a consciência, nem os ideais ou as teorias que determinam essas transformações, como pensavam os idealistas.


Guernica. Painel pintado a óleo por Pablo Picasso, medindo 350 X 782 cm. Representa o ataque sofrido pela cidade espanhola de Guernica em 26 de abril de 1937 realizado por bombardeiros alemães. Atualmente está no Centro Nacional de Arte Rainha Sofia, em Madrid.

0 Response to "A universalidade do gosto (Parte 12/14)"