A Guerra dos Emboabas
Pintura representando a Guerra dos Emboabas
A partir de meados do século XVII, o açúcar (atividade predominante da colônia) sofreu uma forte concorrência e isso fez com que a Coroa portuguesa estimulasse novamente a descoberta de metais.
Os paulistas foram os principais exploradores e conheciam bem o sertão. Em 1674, Fernão Dias Pais, descobriu o caminho para o interior de Minas e alguns anos depois, Bartolomeu Bueno da Silva abriu passagem para Goiás e Mato Grosso.
A corrida do ouro começou de fato, em 1698 quando Antônio Dias de Oliveira descobriu as minas de Ouro Preto.
A notícia correu o país inteiro fazendo com que muitos aventureiros que buscavam um rápido enriquecimento fossem para a região das minas. A boa-nova também chegou a Portugal e de lá, chegavam mais de 10 mil pessoas a cada ano durante um período de 60 anos.
A população das minas era bastante heterogênea e dividida em dois grupos rivais: paulistas (que queriam o direito de explorar as minas de ouro, pois descobriram o lugar) e emboabas (forasteiros).
O nome “Emboabas” significa em Tupi “Pássaro de Pés Emplumados”, e é uma ironia aos forasteiros que usavam botas; enquanto que os paulistas andavam descalços.
Nesse tempo, a população paulista era composta de mamelucos e índios que falavam mais a língua tupi do que o português propriamente dito.
Alguns poucos emboabas controlavam o comércio que abastecia as minas, e em razão disso, obtinham muito lucro. Por causa da sua riqueza e a dada a importância da atividade que exerciam, passaram a ter grande influência. O português Manuel Nunes Viana era um desses ricos comerciantes e principal líder dos emboabas, além de ser também dono de fazendas de gado.
A disputa pelas jazidas e vários outros desentendimentos deram origem a Guerra dos Emboabas.
Para combater o contrabando do ouro, a Coroa proibiu o comércio (exceto o de gado) entre Bahia e Minas; porém, ele continuou sob a liderança de Nunes Viana. Borba Gato (guarda-mor das minas, logo um representante do poder real e líder dos paulistas) decidiu expulsá-lo das minas, mas Nunes não foi embora e recebeu apoio dos emboabas.
Após serem expulsos do lugar pelos emboabas, os paulistas (que constituíam a minoria) foram embora, mas um grupo deles (a maioria índios) foi cercado pelos emboabas que prometeram deixá-los vivos caso entregassem as armas. Os paulistas aceitaram o acordo, mas foram enganados e massacrados em um local que ficou conhecido como Capão da Traição.
Expulsos das minas, os paulistas descobriram novas jazidas em Goiás e Mato Grosso.
Nunes Viana foi obrigado pelo governador do Rio de Janeiro a deixar Minas e acabou se retirando para sua fazenda no rio São Francisco.
Como conseqüência dessa guerra, foi criada em 1709, a capitania de São Paulo e Minas de Ouro (ex-capitania de São Vicente, agora rebatizada). Em 1720, a capitania de Minas foi separada de São Paulo, formando duas capitanias diferentes: a de São Paulo e a de Minas Gerais.
Fonte: Portal InfoEscola
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