"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

A visão mitológica do Mundo (Parte 02/04)


Os vikings imaginavam o mundo habitado como uma ilha, constantemente ameaçada por perigos externos. Esta parte habitada do mundo eles chamavam de Midgard, que significa “o reino que está no meio”. Em Midgard também havia Ǻsgard, a morada dos deuses. Fora de Midgard havia Utgard, isto é, o reino de fora, habitado pelos perigosos trolls, que não se cansavam de tentar destruir o mundo com toda a sorte de golpes baixos. Chamamos estes monstros malignos também de “forças do caos”. Na religião nórdica e também na maioria das outras culturas, as pessoas acreditavam que havia um equilíbrio precário entre as forças do bem e do mal.
Uma possibilidade que os trolls tinham de destruir Midgard era roubar Freyja, a deusa da fertilidade. Se conseguissem isto, nada mais cresceria nos campos e as mulheres não teriam mais filhos. Por isso era tão importante que os bons deuses mantivessem os trolls afastados.
E também nesse caso Tor era importante: seu martelo não trazia apenas chuva, mas era também uma arma na luta contra as perigosas forças do caos. O martelo emprestava a Tor um poder quase infinito. Ele podia, por exemplo, atirá-lo nos trolls e matá-los. E também não precisava ter medo de perdê-lo, pois o martelo era como um bumerangue e voltava para seu dono.
Esta era a explicação mitológica para o funcionamento da natureza e para o fato de existir sempre uma luta entre o bem e o mal.
Mas não se tratava apenas de explicações.
As pessoas não podiam simplesmente ficar sentadas de braços cruzados, esperando pela intervenção dos deuses, quando catástrofes tais como secas e epidemias as ameaçavam. As pessoas precisavam elas mesmas participar dessa luta contra o mal. E isto elas faziam através de toda a sorte de cerimônias ou rituais religiosos.

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