"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

Revolução Constitucionalista de 1932 (Parte 03/04)

Revolução Constitucionalista de 1932. São Paulo (SP).
(CPDOC/ CDA Yasuhiko Nakamura)

Frente Única Paulista (Fup)

Aliança política formada em fevereiro de 1932 pelos dois principais partidos políticos do estado de São Paulo, o Partido Republicano Paulista (PRP) e o Partido Democrático(PD).
Com a Revolução de 1930, chegou ao fim o longo período de domínio do PRP sobre os governos federal e estadual, exercido desde os últimos anos do século XIX. Contudo, as expectativas do PD de substituir seu rival no comando da política paulista logo se frustraram, pois o presidente Getúlio Vargas preferiu nomear interventor federal no estado, em lugar de Francisco Morato, presidente do partido, o "tenente" João Alberto.
A animosidade entre os democráticos e as forças tenentistas logo se explicitaram, e em abril de 1931 o PD rompeu com João Alberto. A deterioração das relações entre o PD e o novo regime atingiu um ponto insustentável em janeiro de 1932, quando o partido rompeu também com Vargas e iniciou imediata aproximação com o PRP. Foi essa a origem da FUP.
O manifesto de lançamento da FUP foi redigido por Francisco Morato, representando o PD, e Altino Arantes, representando o PRP. Os dois partidos exigiam a devolução da autonomia política a São Paulo, com a nomeação de um interventor paulista e civil, e a reconstitucionalização do país, já que Vargas governava discricionariamente desde sua posse. A união entre as duas agremiações se dava apenas em cima dessa plataforma específica, mantendo ambas sua autonomia programática e organizacional. A aliança desde o início recebeu o apoio das grandes entidades de classe do patronato paulista, como a Associação Comercial.
Imediatamente após a FUP ser fundada, iniciaram-se contatos nos meios militares com vistas à preparação de um movimento armado contra o governo federal. A organização do levante ficou a cargo do general Isidoro Dias Lopes, veterano das lutas tenentistas da década anterior e comandante supremo do levantes de 1924 contra o governo de Artur Bernardes. O movimento armado foi efetivamente deflagrado em julho de 1932, mas foi derrotado pelas forças do governo federal em outubro seguinte, apesar de ter contado com expressivo apoio da sociedade paulista. Os principais líderes da FUP foram obrigados, então, a ir para o exílio.
Em 1933, quando Vargas convocou eleições para a Assembléia Nacional Constituinte, as forças organizadas na FUP formaram a Chapa Única por São Paulo Unido, que obteve ampla vitória. Após as eleições constituintes, a FUP se desfez.

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