O Destino (Parte 03/03)
Hipócrates e as plantas medicinais
A CIÊNCIA DA HISTÓRIA E A MEDICINA - (Páginas 67-69)
Para os antigos gregos, não apenas a vida dos indivíduos era determinada pelo destino. Eles achavam que todo o desenrolar da história do mundo também era determinado pelo destino. Assim, os gregos acreditavam, por exemplo, que o desfecho de uma guerra deveria ser atribuído a uma intervenção divina. Ainda hoje, muitas pessoas acreditam que os acontecimentos históricos são governados por Deus ou por outras forças místicas.
Mas enquanto os filósofos gregos tentavam encontrar explicações naturais para os processos da natureza, formava-se pouco a pouco uma ciência da história, cujo objetivo também era encontrar causas naturais para o curso da história universal. O fato de um Estado perder uma guerra não mais era atribuído ao desejo de vingança dos deuses. Os historiadores gregos mais conhecidos foram Heródoto (484-424 a.C.) e Tucídides (460-400 a.C.).
Os gregos dos primeiros tempos também responsabilizavam os deuses pelas doenças. Assim, as doenças contagiosas freqüentemente eram vistas como um castigo dos deuses. De outro lado, os deuses também podiam curar as pessoas, bastando para isto que lhes fosse feito o sacrifício apropriado.
Esta idéia não é típica apenas dos gregos. Em tempos mais recentes, antes que a moderna ciência da medicina se desenvolvesse, era muito comum ouvir que as enfermidades tinham uma causa sobrenatural. A palavra influenza, que empregamos até hoje, significa originariamente que alguém estava sob a “influência” maligna dos astros.
Ainda hoje, muitas pessoas no mundo todo consideram doenças como a AIDS, por exemplo, um castigo de Deus. Além disso, muitos acreditam que uma pessoa enferma possa ser curada por meios “sobrenaturais”.
Enquanto os filósofos gregos enveredavam por um caminho de reflexão absolutamente novo, surgiu também uma ciência médica grega, cujo objetivo era buscar explicações naturais para a saúde e a doença. Supõe-se que essa ciência médica grega foi fundada por Hipócrates, que nasceu na ilha de Cós por volta do ano de 460 a.C.
De acordo com a tradição médica de Hipócrates, os meios mais eficazes para prevenir as doenças eram a moderação e um modo de vida saudável. Por conseguinte, a saúde seria o estado natural do homem. Quando a doença aparece, isso significa que a natureza “saiu dos trilhos” devido a um desequilíbrio corporal ou anímico. O caminho para a saúde do homem está na moderação, na harmonia e “na mente sã em corpo são”.
Hoje em dia ainda se fala muito na “ética médica”. Isto significa que um médico deve exercer sua profissão segundo certas diretrizes éticas. Por exemplo, um médico não deve receitar a pessoas sadias medicamentos que causem dependência. Além disso, o médico deve manter o sigilo profissional, não transmitindo a outras pessoas as informações que um paciente lhe deu sobre seu estado. Todas essas idéias remontam a Hipócrates. Ele fazia seus alunos prestarem um juramento, conhecido até hoje como o juramento de Hipócrates dos médicos:
Por Apolo, o médico, e por Asclépio, por Higia e Panacea e por todos os deuses e deusas, a quem conclamo como minhas testemunhas, juro cumprir o meu dever e manter este juramento com todas as minhas forças e com todo o meu discernimento: tributarei a meu Mestre de Medicina igual respeito que a meus progenitores, repartindo com ele meus meios de vida e socorrendo-o em caso de necessidade; tratarei seus filhos como se fossem meus irmãos e, se for sua vontade aprender esta ciência, eu lhes ensinarei desinteressadamente e sem exigir recompensa de qualquer espécie. Instruirei com preceitos, lições orais e demais métodos de ensino os meus próprios filhos e os filhos de meu Mestre e, além deles, somente os discípulos que me seguirem sob empenho de suas palavras e sob juramento, como determina a praxe médica. Aviarei minhas receitas de modo que sejam do melhor proveito para os enfermos, livrando-os de todo mal e da injustiça, para o que dedicarei todas as minhas faculdades e conhecimentos. Não administrarei a pessoa alguma, ainda que isto me seja pedido, qualquer tipo de veneno nem darei qualquer conselho nesse sentido. Da mesma forma, não administrarei a mulheres grávidas qualquer meio abortivo. Guardarei sigilo e considerarei segredo tudo o que vir e ouvir sobre a vida das pessoas durante o tratamento ou fora dele.
0 Response to "O Destino (Parte 03/03)"
Postar um comentário