"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

Aristóteles (Parte 07/09)


ÉTICA - (Páginas 131-132.)

Vamos voltar ao homem, Sofia. Para Aristóteles, a “forma” do homem se define por ele possuir tanto uma “alma vegetal” quanto uma “alma animal” e uma “alma racional”. E Aristóteles pergunta: como o homem deve viver? Do que o homem precisa para viver uma boa vida?
Posso responder resumidamente: o homem só é feliz se puder desenvolver e utilizar todas as suas capacidades e possibilidades.
Aristóteles acreditava em três formas de felicidade: a primeira forma de felicidade é uma vida de prazeres e satisfações. A segunda forma de felicidade é uma vida como cidadão livre, responsável. E a terceira forma de felicidade é a vida como pesquisador e filósofo.
Aristóteles sublinha o fato de que é preciso integrar essas três formas a fim de que o homem possa levar uma vida realmente feliz. Ele recusa, portanto, toda e qualquer decisão unilateral. Se Aristóteles vivesse hoje, talvez ele dissesse que a vida de uma pessoa que só cultiva o corpo é tão unilateral – e, portanto tão lacunosa – quanto a vida de outra que só usa a cabeça. Ambos os extremos são expressões de um modo errado de viver a vida.
Também no que concerne às virtudes, Aristóteles chama a atenção para um “meio-termo de ouro”. Não devemos ser nem covardes, nem audaciosos, mas corajosos. (Coragem de menos significa covardia e coragem demais significa audácia.) Também não devemos ser nem avarentos, nem extravagantes, mas generosos. (Generosidade de menos é avareza e generosidade demais é extravagância.)
O mesmo vale para a alimentação. Comer de menos é perigoso, mas comer demais também o é. A ética de Platão e de Aristóteles lembra a ciência médica grega: só através do equilíbrio e da moderação é que podemos nos tornar pessoas felizes ou “harmônicas”.

1 Response to "Aristóteles (Parte 07/09)"

  1. Anônimo Says:
    29 de março de 2015 às 19:52

    Muito bom, me ajudou muito a entender como Aristóteles pensava como o homem devia ( deve ) viver.