"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

Os intelectuais e o Estado (Parte 03/05)

Portinari e sua obra " Jogos Infantis", 1945.
Rio de Janeiro (RJ). (Projeto Portinari/ AFRH648)

Literatura Proletária

A literatura dos anos 30 era bastante distinta da literatura modernista, que procurava romper com os padrões convencionais através da pesquisa estética. A preocupação agora era trazer para as letras brasileiras um tema praticamente desconhecido: o cotidiano dos pobres e oprimidos. Foi essa a origem do "romance proletário", inspirado na temática da miséria urbano-industrial. O estilo dessas obras se aproximava do chamado "realismo socialista", centrado no relato fiel dos fatos.
Em 1931 foi publicado o romance Gororoba, em que o engenheiro mecânico Juvêncio Campos relatava sua experiência como técnico da construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Em 1933 a escritora Patrícia Galvão, a Pagu, que era filiada ao Partido Comunista, lançou Parque industrial, descrevendo a vida e a luta dos operários, divididos entre não-militantes e politizados. Em 1934, o modernista Oswald de Andrade também aderiu a essa corrente literária, publicando A escada vermelha. Mais tarde, iria descrever as transformações econômicas ocorridas em São Paulo em A revolução melancólica (1943) e Chão (1945).
A vida dos trabalhadores do porto de Santos inspirou Navios iluminados (1937), de Ranulfo Prata. Jorge Amado iniciou a publicação de sua vasta obra descrevendo as populações pobres do campo e da cidade: a Cacau (1933), seguiram-se Suor (1934), Jubiabá (1936) e Capitães de areia (1937). Em 1942 seria publicada seu livro O Cavaleiro da Esperança, biografia de Luís Carlos Prestes.

0 Response to "Os intelectuais e o Estado (Parte 03/05)"