"Nada se espalha com maior rapidez do que um boato" (Virgílio)

Os intelectuais e o Estado (Parte 05/05)

Capa da obra de Pedro Calmon, 1935.
São Paulo (SP). (FGV/Biblioteca Central)

Retratos do Brasil

Paulo Prado escreveu em 1928 seu famoso livro Retrato do Brasil, que tinha como subtítulo "Ensaio sobre a tristeza brasileira";. A tristeza, o romantismo, a luxúria e o vício da imitação eram apontados como os maiores problemas da nacionalidade. Dois outros livros, O país do carnaval, de Jorge Amado, e Maquiavel e o Brasil, de Otávio de Farias, ambos de 1931, expressavam o clima intelectual da época, marcado pela idéia de crise e incerteza.
Diferentes diagnósticos sobre os males brasileiros estavam presentes nas coleções publicadas nos anos 30. A Brasiliana, fundada e dirigida por Fernando de Azevedo na Companhia Editora Nacional, reeditou inúmeras obras de viajantes. Problemas Políticos Contemporâneos e Documentos Brasileiros - esta última sucessivamente dirigida por Gilberto Freyre, Otávio Tarquínio de Sousa e Afonso Arinos de Melo Franco na Editora José Olympio - traduziam a necessidade de reinterpretar o passado, de compreender a realidade brasileira, de exprimir a consciência social dos anos 30. A Coleção Azul, da Editora Schmidt, publicava os textos polêmicos da época. São exemplos os livros Brasil errado, de Martins de Almeida, Introdução à realidade brasileira, de Afonso Arinos de Melo Franco, O sentido do tenentismo, de Virgílio Santa Rosa, e A gênese da desordem, de Alcindo Sodré.
As mudanças na indústria do livro introduzidas nos anos 20 por Monteiro Lobato foram incorporadas por outras casas editoras. Destacou-se na época a Editora Globo, de Porto Alegre, que contou com a colaboração do escritor Érico Veríssimo, divulgou valores da literatura gaúcha e traduziu importantes autores da literatura mundial.

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